Enfim, debutantesRelevO completa 15 anos e não faz festa nem viaja pra Disney. Mas entra para o mundo das bets!Neste mês de setembro, completamos 15 anos. O que é 15 anos a mais que o esperado para um jornal literário e 15 anos a mais que o esperado para qualquer projeto pessoal. Quinze! Uma marca de respeito. Nascemos em um mundo pré-WhatsApp, Uber, Netflix e afins. A internet ainda era um lugar semipuro, com blogs pessoais e personas (ou personae, se você for pedante) menos desenvolvidas.
Para celebrar a ocasião, seguimos com uma de nossas atividades favoritas: criar capas falsas. Dessa vez não nos ofertamos à Red Bull (por sinal, cinco anos depois, nossa oferta segue viva, caso alguém aí esteja escutando…) ou tentamos emular uma revista automobilística ou corporativa. Fomos mais simples, simplistas ou simplórios. Como qualquer bom empreendimento brasileiro, o RelevO agora foi vendido a (ou seria “tomado por”) uma casa de apostas! Mas não é qualquer casa de apostas. É a macBET, que vai permitir a você, leitor, estender sua degeneração – agora com odds literárias. O comunicado você lê logo abaixo, seguido do nosso disclaimer de jogo responsável. Ambos constam nessa edição especialíssima de 15 anos, sanduichados por outra capa&contracapa belíssima de Bolívar Escobar e nossas centrais temáticas. Imagens logo abaixo também. Obrigado – de verdade – por acompanhar o RelevO. Se possível, assine nosso jornal: você contribui para um projeto independente e desprovido de herdeiros (nada contra; se você é um, que tal nos assinar? Ou comprar a operação inteira). ![]() RelevO: edição de 15 anos (setembro 2025). Diagramação: Bolívar Escobar. PUBLIEDITORIAL MACBETQuinze anos, uma aposta: RelevO debuta no mundo das betsDepois de ter dito sim à Red Bull (sem os austríacos terem perguntado algo), o RelevO anuncia um reposicionamento estratégico. Nosso próximo grande passo. Um movimento natural, orgânico e talvez até óbvio para um periódico impresso de literatura: ser vendido a uma casa de apostas. Mas não qualquer bet. A MacBET. Conhecemos o CEO da instituição, Sir Reginald McHaggis, numa noite fria do inverno curitibano. As negociações foram extremamente rápidas. Preocupantemente rápidas. Eufórico e entorpecido (“pass me the loló, you féckin wênka”), McHaggis ofereceu ao RelevO aquilo que este sempre quis: dinheiro privado de fontes escusas “sem ter matado ninguém”. Em troca de quê? Ainda estamos descobrindo, mas precisávamos fechar a edição logo para receber o “falcão maltês”, como temos nos referido ansiosamente à transferência bancária originada em Malta. Assim como o RelevO, a MacBET aposta nos autores. Ou melhor, talvez não exatamente como o RelevO. Uma maneira menos literária e mais… literal. E, veja, agora você também poderá fazer aquilo que nunca pediu e tampouco sabia que queria (como máquinas de lavar smart e assistentes de leitura com IA): arriscar o próprio patrimônio com literatura, divertindo-se muito pouco, mas viciando-se no processo. A partir de agora — justamente agora, quando até os jovens gostam de objetos analógicos —, o RelevO decidiu esboçar um seguro de fracasso (não contra o fracasso) contemplando tudo que pode fazer para “acompanhar os movimentos do mercado” sem braço e sem orçamento para tal. Assim, o impresso mensal terá seu tamanho reduzido para quatro páginas e se concentrará em um app de apostas focado em literatura – e em anúncios. Muitos anúncios. Seremos pop. Especificamente, um pop-up. O mais invasivo da história da literatura. Mas que tipo de aposta? É aí que entra o pulo do gato (ou do pangolim). Tudo é apostável, meu amigo. Com a tecnologia LTMMFF (LifeTime/MoneyMoney/FaceFuck), desenvolvida pelo próprio McHaggis – “num feriado no Sudeste Asiático do qual pouco me orgulho” –, a convergência entre MacBET e RelevO nos permitirá elevar a literatura nacional a outro patamar. Quer apostar em conto de corno? Manda bala. Odds de erro de nome de autor? Vem com a gente. Que tal uma fezinha sobre poema ruim / mas qu-brad/o em /síl/abas tort/as pr/a disf/arç/(ar)? Está na hora de mudar a grafia de “ode” e adicionar outro T em beletrista. Sir Reginald McHaggis, já atendendo como “Betinho” — preferimos não perguntar, muito menos verificar de onde veio o notavelmente falso “Sir” —, enxergou no RelevO a oportunidade ideal, porque “o RelevO é onde a banca nunca ganha. Isso passa credibilidade. Não que eu precise de mais credibilidade…”, alegou, antes de simular um infarto e perceber que ninguém o via, então interromper o movimento como se nada tivesse acontecido. De todo modo, o momento é estratégico para o Jornal, que acaba de completar 15 anos, “idade perfeita para começar a punir os pais por terem guardado algum dinheiro”, aponta McHaggis. “E também quando as menininhas começam a…” — aqui nós o interrompemos antes de ouvir qualquer coisa de sua caixa preta. Velho nojento. Na verdade, Betinho McHaggis é um Lorde, injustamente foragido do Reino Unido por supostamente aplicar um golpe nas apostas de break dance durante as últimas Olimpíadas. “Eu… meio que coloquei a modalidade lá. E todos os dançarinos. Garanti uns trocados — lógico —, todo mundo se divertiu, alguns estranharam, e aí eu te pergunto: isso não é meritocracia, poxa? Deu um trabalho danado”. Depois do primeiro Pix, também chamado de “sinal” pelos mais puritanos, descobrimos que McHaggis gosta de praticar caça ao faisão. Como o Brasil não tem tradição na modalidade, tampouco faisões, simplesmente ignoramos. “O javali que se cuide”. Após comprar um castelo inutilizado na Escócia e convertê-lo em incubadora de pub sports (“quem joga sinuca não joga totó; quem joga totó não joga sinuca”), o empreendedor enxergou no Brasil uma oportunidade fantástica. O brasileiro médio já aposta no bicho, no jogo do tigrinho e no amor — por que não em sonetos? “E o Judiciário brasileiro está sobrecarregado, né”. Seu marketing de guerrilha começou com tudo: McHaggis fraudou saraus e torneios de poesia falada em Brasília — o que acabou fortalecendo a cena, afinal ninguém havia prestigiado nenhum deles. Não foi seu único rendez-vous na capital federal. O CEO reforça como o movimento é estratégico. “Veja, o escritor e o apostador têm muitos traços comuns, como delírio de grandeza, descrença irracional no próprio fracasso e o destino certo da falência”. No mais, não se assustem se a partir de agora todo conto publicado no RelevO tiver um personagem chamado Betão. Odds um para cinco. Nos textos ainda mais curtos, será possível apostar nos talentos da primeira incubadora de leitura dinâmica do Brasil. “Todo mundo sabe que uma parcela significante dos leitores compra jornal para ler umas duas coisas somente. Por que não facilitar e premiar o leitor que ler o jornal mais rápido?”, alega Betinho. “É só baixar um app e…” aqui deixamos de prestar atenção porque “bateu nossa múltipla” e ganhamos uns trocados. Ou alguma coisa assim. Ainda estamos aprendendo o vocabulário. Deu green! O RelevO manteve os direitos sobre o pangolim fumante. Ele até tentou nos alertar, mas o dinheiro falou mais alto. Literatura é capim de trouxa: vem derreter seu patrimônio na MacBET! DISCLAIMERO RELEVO APOIA O JOGO RESPONSÁVELAssim como todas as bets do planeta (e o Real Bétis), a MacBET não quer apenas lucro, degradação, overdose de dopamina e isenção fiscal. A MacBET não abre mão do jogo responsável. Como [até] olhar pra frente enquanto você usa o celular no banco do motorista com o carro em movimento. Ou [até] tirar a camisinha do envelope. Ou [até] remover a munição do revólver do avô antes de deixar o neto brincar de bang-bang. Para manter esse compromisso com a sociedade (e com regulações desnecessárias, teimosas e infelizes na sua interpretação do ser humano como alguém indigno da própria depravação), a MacBET aproveita o espaço no RelevO para reforçar seu compromisso com o jogo responsável:
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terça-feira, 9 de setembro de 2025
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