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sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Oito Meses!
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Cubra-me de amor
Cubra-me de amor
Cubra-me de carícia e beijo
Grande é meu amor e desejo
Sem tua presença, fico muda,
Teu amor, me faz fazer loucura.
***
Grite em voz alta que me ama
Grite em versos, em devaneio
Bendito amor, eterna chama,
Pulsa meu coração, sem receio.
***
Não solte minha mão, jamais!
Preciso de tua presença, aqui
Seu amor singelo, me satisfaz.
***
Acredite amor, veja meus versos
Há tanta saudade e esperança,
Lágrimas de amor, lembrança...!
Texto de Fabiane Braga Lima, contista, poetisa e novelista em Rio Claro, São Paulo.
Arte digital de Clarisse da Costa, é designer gráfico, cronista, novelista, contista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Opera mundi: A reunião na rua L, Epílogo l: Simbiose biomecânica
Opera mundi: A reunião na rua L, Epílogo l: Simbiose biomecânica
Preciso enxergar a tua alma, os teus inúmeros
E instigantes mistérios...
Deixe-me!? Sem medo, ou receio,
Pois há tanto tempo lhe quero, te espero.
Hoje, guardo comigo a nossa epopeia
Epopeia de encantos e inúmeros enigmas..!
Fabiane Braga Lima
Deixe o que você é quando passares pelo nosso portal! Deixe para trás todas as suas bagagens pessoais! Aqui a humanidade é a nossa identidade pessoal a que servimos! A ciência é a nossa guia, viva a Gaya e toda a humanidade que dela descendem! Os nossos irmão e irmão! Aqui servimos ao coletivo, o bem estar de todos e todas. Soluções simples para problemáticas complexas.
O monólogo se estendia, de forma monótona e mecanizada, Aurora dormia o melhor de todos os sonos, um sono tranquilo a apaziguador como jamais tinha acontecido antes. Mesmo escutando o longo, lento e monótono monólogo de na voz digitalizada de Gaya, que levemente lembrava a voz da mãe de Aurora, a programadora de computadores. Havia algo estranhamente acolhedor, naquele discurso totalitário e sem sentido algo na luz da razão.
De repente veio as fortes dores abdominais, que se espalharam pelo corpo inteiro, Aurora se esforçou para acordar e fazer as dores pararam, mas não conseguiu. Mas, de repente veio a calmaria de novo e as dores foram embora sem avisos.
Operar aqueles novíssimos braços mecânicos, era uma arte, as peças ajustadas a paciente, uma mulher jovem adulta, afro-albina. E por causa da fotofobia acometida pela condição da paciente, as luzes cirúrgicas, não seriam utilizadas, somente pequenas lanternas focadas nas áreas a sofre a intervenção cirúrgica. A paciente encapsulada, diminuía qualquer possibilidade de infecções hospitalares. Ler os sinais vitais e constatar que a paciente estava apta para a cirurgia de coração aberto. Submeter o diagnóstico da paciente, ao protocolo era uma imposição gravada na programação irrevogável uma vez instalado.
Diagnóstico aprovado pelo protocolo, os trabalhos foram iniciados. Fazer aquela operação de peito aberto, em um paciente relativamente jovem e um relativo bom estado de saúde, tinham uma grande possibilidade de sucesso. Mesmo assim, haviam os riscos que não poderiam e nem seriam descartados. Aquele procedimento cirúrgico cardíaco em si, consistia em fazer uma incisão no osso do peito, no esterno, para ter acesso direto ao coração para fazer um reparo. Sabendo que, durante a cirurgia, comumente o coração frequentemente sofre paradas cardíacas. E a função de bombear sangue para o corpo, seria temporariamente substituída por uma máquina de circulação extracorpórea. A jovem paciente tinha um pequeno problema cardíaco, um defeito congênito nas válvulas, que pioraria na velhice da paciente e estava na idade certa para fazer aquela intervenção.
Aberto o tórax com laser, o cirurgião digital faz uma incisão longitudinal no centro do tórax, cortando o esterno e afastando as duas partes para alcançar o coração. Logo que a máquina de circulação extracorpórea foi ativada, o coração foi ligado a máquina que realizou a circulação do sangue e a oxigenação. Enquanto a inteligência artificial, manuseava com maestria os braços mecatrônicos, com precisão milimétrica. Uma vez reparada a válvula e reparar áreas danificadas. Após a conclusão do procedimento, iniciou-se o fechamento, as duas metades do esterno, foram unidas novamente com fios de aço e a pele foi fechada.
Aurora por fim descobriu que estava deitada na cama, no seu próprio quarto, no conforto do próprio lar, abriu os olhos e tentou levantar a mão, queria ver se era uma albina ou uma mulher negra naquela hora. Descobrir se estava acordada, ou vivendo um pesadelo vivido, dentro do burilador de inexatidões.
— O que a vossa pessoa espera, encontrar vindo aqui sem ser convidada? — A pergunta incisiva de Gaya, ecoou na cabeça de Aurora a forçou fechar os olhos.
Seguir o protocolo não era uma opção, era uma imposição que não poderia ser negligenciada! Consultar os prontuários médicos no banco de dados, ir até a pasta nomeada ordem do dia, dando conta do dia, mês, ano e local de onde estava. A inteligência artificial, então tomou conta, que tinha várias agendas, eram operações diagnósticas e reconstrutivas, nenhuma de caráter de urgências ou mesmo de emergências. Eram operações médicas minimamente invasivas, eram operações laparoscópicas, endoscopias e pequenas cirurgias plásticas corretivas. Paciente jovem adultos, relativamente de bons estados de saúde.
Nos estreitos corredores da estação espacial, no silêncio absoluto, nos setores dois e três, robôs realizavam as suas cirurgias, os seres biomecânicos, dormiam e sonhavam com vidas que não tiveram e que nunca teriam.
Fragmento do livro: Sono paradoxal, texto de Samuel da Costa, poeta, novelista e contista em Itajaí, Santa Catarina.
Arte digital de Clarisse Costa, designer gráfico, poetisa, novelista e contista em Biguaçu, Santa Catarina.
a
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Porque, meu amor, t'amo...
Porque, meu amor, t'amo...
Tenho medo deste silêncio que nos cerca
Procuro, não te acho! Restou-me saudades
E, agora o que faço, entrei em contradição
De tanta paixão! Vejo-me caída ao chão…
***
Seu amor é uma dádiva divina e eterna.
Minha melodia sutil e bela, enlouqueço
Com paciência e lágrimas, padeço paixão
Não apunhale o meu coração, pois sangra...
***
Intensamente t'amo meu indelével amor
Meu coração incauto, espera os teus beijos
Enigma que envolve o meu corpo, ansejo...
***
Toca-me sem oscilar, quero senti-lo, aqui
Na madrugada árdua e gelada! Aquece-me!
Desbrave-me em teus versos mais insanos....
Porque, meu amor, t'amo
Texto de Fabiane Braga Lima, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.
Contato: bragalimafabiane@gmail.com
Artes digitais de Clarisse da Costa, designer gráfico e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
domingo, 12 de outubro de 2025
Africanidade e lutas: A Origem,
Africanidade e lutas: A Origem, organizadora Clarisse da Costa @clarisse_da_costa
Para o conhecimento de todos a palavra "origem" originou-se do latim "origo" que tem como significado as palavras "começo", "fonte" ou "origem". Algo que é muito importante para o entendimento da nossa cultura, linguagem, religiosidade e identidade. Conhecer o princípio das nossas origens é entender todo o processo da nossa luta, dos nossos direitos negados e as consequências opressivas geradas pela escravidão.
REGRAS e DATAS: - Inscrições abertas até 05/11/2025. - Vagas Limitadas (garanta já a sua!) - Até 3 laudas em A5 - Consulte no grupo oficial a taxa de inscrição (você recebe uma cópia e frete incluso). Venha participar! © Editora Contos Livres - 2025 Somos livres para realizar seus sonhos! Venha publicar seu livro conosco! Condições imperdíveis.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
Editora Contos Livres: contato@editoracontoslivres.com.br
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Opera mundi: A reunião na rua L, de volta ao sexto campo orbital!!!
Opera mundi: A reunião na rua L, de volta ao sexto campo orbital!!!
''Reinvento-me, sou filha do vento,
Caminho por horizontes,
Nos quais deixo sempre um pouco de mim.
Filha do vento, errante, estrangeira,
Caminho por horizontes, sem fim..!''
Fabiane Braga Lima
O satélite artificial, orbitava no seu próprio eixo e orbitava ao redor do planeta Terra. Em forma de rosca, ligado por uma estrutura interna e forma de X. Nomeado de Sexto campo orbital, a estação espacial compartilhada, tive este nome porque cinco estações foram projetadas anteriormente. Os primeiros projetos, davam conta de uma prisão de segurança máxima, orbitando o planeta Terra. Os altos custos da construção, o caráter desumano do projeto, as muitas inseguranças jurídicas, as instabilidades de todas as ordens, apontaram simulações e projeções, feitas por computadores e cálculos orgânicos. Feitos por especialistas de uma gama variada de áreas das ciências humanas e das ciências exatas. Os dados revelaram sempre os mesmos resultados, os custos altos dos projetos, em todos os sentidos, deixavam os benefícios irrisórios.
Somente o sexto projeto, depois de longos e lentos debates, uma vez finalizado, foi posto em prática, a ideia era as grandes corporações, a sociedade organizada e de estados nações em uma cooperação inédita até então. Construir uma estação espacial compartilhada, um centro de pesquisas avançadas. Uma estação espacial compartilhada, de pesquisas e inovações, para superar os novos e grandes desafios, impostos pelos avanços tecnológicos e as mudanças climáticas. Em cooperação fraternal, soluções simples, para resolver problemas complexos, era o lema que embasou o sexto campo orbital.
O som de uma esteira, em funcionamento, se misturou com sutis sons de gotejares. Os tanques robôs, iam e viam aos sabores de abafados gemidos de dores e lamúrias sussurrantes. Na completa escuridão, olores florais que se misturavam com o pútrido cheio de carne morta, uma lufada de sabores de óleo e de cobre, percorreram o ambiente.
— Onde eu estou? Que eu estufando aqui? — O sussurro desesperado em meio a escuridão, não passou despercebido e do disciplinador. A máquina viva se aproximou do ser biomecânico, que estava preso em câmara buriladora de inexatidões.
— Ser biomecânico pronto para a terceira fase inicial educação emocional digital!! — Pronunciou o tanque robô.
As fortes luzes se acenderam em abrupto, a cena opaca e confundiu o ser biomecânico preso a uma cápsula de cristal líquido.
— Torna as dores em prazeres tecnológicos e descobre novos seres biomecânicos! É a nossa função aqui ser biomecânico! — Disse o tanque robô na frente do ser biomecânico. As pinchas dos braços mecânicos abriram e um grunhido ecoou no vácuo cósmico sem fim. — Aqui testamos a resistência cerebral cibernética é testada até o limite de computadores quânticos!
— Adoro trabalhar contigo, Boris, as tuas linhas de programação são arte pura! — Disse Cali, a engenheira mecatrônica!
— Inspiro-me no teu trabalho elegante, minha querida colega de trabalho! — Respondeu o Boris o programador de computadores.
Estavam no laboratório de desenvolvimento de mecatrônica, no setor dois, da estação Sexto campo orbital, o acampamento comumente chamado! Estavam no nicho de Boris, que estava desenvolvendo a programação que iria ser usada em braços mecânicos, peças que iriam realizar operações médicas simples e complexas. Os quatro setores, que desenvolviam trabalha em separado e complementares, iam do centro da estação espacial, se estendiam até um quarto dos quadrantes.
— Quando iremos por estas em ação? — Perguntou Cali, que estava sentada ao lado de Boris, que terminava a programação.
— Uma inteligência artificial irá comandar os teus belos braços, pois a experiência pode levar à morte. Serão três diretrizes, orgânica onde médicos e médicas irão operar os seus bebês, a distância ou na sala de cirurgia, a segunda é o profissional devidamente registrado dará as instruções a viva voz ou programar na distância. E a última e mais radical de todas será a inteligência artificial, que comandará o espetáculo — Respondeu Boris, enquanto digitava no computador quântico.
— Muitos vieses meu querido, muitos perigos à vista! O que ocorrerá se estas máquinas pararem em mãos insanas? — Perguntou Cali, não escondendo as preocupações.
— Protocolos minha querida colega de trabalhos, vários e antes que me pergunte as tais três leis da robótica, são devaneios pueris de um otimista desvairado. E nem todo mundo terá acessos às nossas queridinhas que estamos desenvolvendo, seja pelo preço, seja por leis, normativas decretos e coisas que o valham. Aqui não suspendemos os juramentos que os bons doutores, doutoras e demais profissionais da saúde bem o fazem quando recebem os seus canudos. — Responde Boris, o programador de computadores.
— Interessante, por isto que gosto de números e a boa e velha metalurgia! Pelo visto acabaste! — Disse Cali de forma triunfante.
— Ainda não minha querida, colega de trabalho! Temos que ver como o burilador de inexatidões está tratando a inteligência artificial que comandará os teus braços mecatrônicos! — Disse o programador, tirando as mãos do teclado.
Um robô doméstico, se aproximou dos dois cientistas, o som das esteiras triangulares, os ganidos mecânicos e digitais inundaram o laboratório. O dorso da peça baseada em um cubo, que imitava a assadura de um dorso humano, angustiava Boris e fascinava Cali, a cabeça em forma de um paralelepípedo. Os dois olhos frios esféricos vermelhos sangue giraram. Segurava um pequeno disco rígido externo, com as duas mãos em pinchas.
— Em um extermínio científico! Ser sintético uma tortura psicológica que mata lentamente! — Disse o tanque robô, diante de uma capsula de cristal líquido.
Duas finas hastes de metal, saíram da base do robô! Se conectando ao ser biomecânico encapsulado, que queria gritar, mas pode porque não tinha boca, dos cotocos dos braços e pernas surgiram os membros faltantes. Umas infestações de gafanhotos sintéticos, a nuvem dos insetos empesteou a cápsula, comia a carne sintética, do ser biomecânico, a cada naco de carne os insetos eram absorvidos pelo ser biomecânico. Boca, nariz, dentes, pelos, genitais, orelhas, foram surgindo.
Fragmento do livro: Sono paradoxal, texto de Samuel da Costa, poeta, novelista e contista em Itajaí, Santa Catarina.
Arte digital de Clarisse Costa, designer gráfico, poetisa, novelista e contista em Biguaçu, Santa Catarina.
Manuscritos recusados
Nesta newsletter, resgatamos textos publicados no Jornal RelevO e já devidamente esquecidos. Dessa vez, trazemos as centrais da edição de outubro de 2022. Manuscritos recusadosTodos sabemos que existem três certezas nessa vida: a morte, a abstenção alta e o escritor frustrado por seu manuscrito recusado. Certos de que é preciso perdoar e de que só se vive (e morre) uma vez, o Jornal RelevO, após contato com as principais editoras do Brasil, desconhecidas do público em geral — que tem mais o que fazer —, traz em primeira mão uma seleta de recusas que ora cativa, ora revolta, ora conduz ao linchamento injusto de seu respectivo editor, com quem via de regra nos compadecemos. ![]() Jornal RelevO: edição de outubro de 2022 Assine para receber (de graça!) conteúdos como este: Guerra Frita: a balada que uniu o mundoFicção científica, 240 p. Sinopse: na União Soviética, é você quem conduz o DJ à virada – da guerra. Neste espetacular amontoado de clichês da “ficção especulativa”, o ser humano é muito malvado; as empresas são muito malvadas; o governo é muito malvado e a tecnologia, apesar do néon nas ruas, também — menos os pets, porque eles são proibidos de circular. Todavia, em plena Guerra Fria, um grupo de hackers descobre uma nova substância capaz de despertar o melhor nos mais variados povos – incluindo o carioca. A substância capaz de salvar o mundo, porém, depende do contato com sintetizadores, drum machines e loops em 150 BPM (e de um glossário, como 75% do livro). Guerra Frita: a balada que uniu o mundo infelizmente não será publicado: nosso mundo ainda não está pronto para as verdades que o romance revela. Estagiário dos AnéisFantasia, 800 p. Sinopse: porque ninguém nasce Senhor. Nesta prequel à prequel da televisão, acompanhamos toda a verdadeira saga de Frodo Smigol Harry Potter, que, impelido para ajudar sua comunidade em Nárnia, começa sua carreira como um mero office boy de orcs, goblins, góticos e elfos. Ao contrário da série televisiva – a mais cara da história –, este é o romance mais barato da civilização, tendo custado absolutamente nada, nem mão de obra. Até por isso, não apresenta condições de publicação. O gerador de texto que o criou é rústico e, ao contrário dos heroizinhos de Estagiário dos Anéis, desprovido de qualquer magia. Decepcionada com o que acreditava ser um “verdadeiro bacanal do domínio público”, a editora também alegou dificuldades de negociação com os detentores dos direitos da obra por conta da burocracia do CIEE, que havia promovido o romance. O Identitário BournePolicial, 400 p. Sinopse: sua memória é uma página em branco. Ele sabe apenas que foi encontrado no mar Mediterrâneo, quase sem vida. Há poucas pistas sobre sua identidade: um microfilme implantado sob a pele e marcas de uma possível cirurgia plástica. Este misterioso e conturbado herói se vê preso em um labirinto enlouquecedor, enredado em uma caçada violenta cheia de conspiradores e assassinos que querem a sua cabeça a qualquer custo. A CIA, o Exército dos Estados Unidos, organizações terroristas e órgãos de inteligência do mundo todo estão à sua procura. Sem poder confiar em ninguém, Bourne foge com apenas um objetivo: utilizar pronomes neutros. Guerra Frita 2: a Batalha do CrossFriteSuspense/aeróbica, 145 p. Sinopse: baseado em fatos reais e no consumo de um pouco de drogas, esta sequência não encomendada de Guerra Frita se passa em Botucatu. Um agente infiltrado da KGB investiga a ascensão de um grupo político extremista cujo lema de campanha é “Coloca a culpa nas costas e agacha”. Depois de seis meses de investigação na feira local, no único complexo esportivo da cidade e em mais seis academias, Dimitri Svetlana Nenêca descobre uma intrigante trama envolvendo DJs e adeptos de certa seita de treino intensivo com marca registrada em busca de domínio do território local. O argumento de A Batalha do CrossFrite, idealizado por um grupo de fãs de anime, de Segunda Guerra Mundial e do produtor musical Skrillex, se passaria em um sítio da região, mas, pelas dificuldades de acesso de pessoas e pneus agrícolas, além da ausência de energia elétrica, os escritores não conseguiram completar a trama ou mesmo justificar por que algum grupo extremista reivindicaria o domínio de Botucatu. Leitores beta do projeto alegaram problemas de verossimilhança (já que nem a primeira parte foi publicada) e de importância. “Não, não, por favor, não!”, cravou o notável crítico finlandês Charles Frildapoha. Lei Rolanê - Edição de ColecionadorVerborragia acadêmica, 120 p. Sinopse: um grupo de talentosos artistas liderado pelo doutor (em Teatro) Dan Browser se une para obrigar o governo a proibir a participação de inteligências artificiais em concursos artísticos patrocinados com dinheiro público. O que eles jamais imaginariam é que o Congresso do país seria, na verdade, um imenso robô a serviço de um algoritmo poderoso com o intuito máximo de decretar o fim dos artistas no planeta Terra. O que tirar disso? O audacioso projeto – dissertação de filosofia, teatro, geopolítica e sociologia lida apenas pelo autor-marmanjo e, talvez, por seu orientador – vem encontrando diversas barreiras extratextuais. Um desafio para a obra sair do papel tem sido o alto custo de impressão e as consequentes dificuldades de execução — Lei Rolanê seria o primeiro livro do mundo com uma capa-instalação. Outro empecilho toca em algo geralmente irrelevante no meio literário: direitos autorais. Assim, o primeiro livro produzido por um coletivo de coletivos literários vive uma crise na aprovação das etapas de trabalho por simples falta de consenso. Contudo, o que realmente deve comprometer a realização do projeto é o desemprego do líder Dan Browser, que jura que merece ser valorizado porque defendeu uma dissertação com análise psicanalítica de um clipe do Kanye West – e ganhou um diploma por isso. Lei Rolanê - Edição de Colecionador ainda previa, naturalmente, que o autor exibisse sua manjuba no espetáculo de lançamento. Sósias: liga nacional de escritoresNão ficção, 300 p. Sinopse: “Eu sou a Virginia Woolf de Sorocaba, seu escroto”, dispara Claudinha Ferraz, 34. Entre microrrivalidades irrelevantes, baixa adesão e jurados de moral dúbia (“votei na Clarice, né; você que leve o Machado pra casa”), o evento “Sósias: liga nacional de escritores”, realizado em agosto de 2022 num ginásio de basquete de Santo André-SP, ganha um livro-reportagem detalhado, específico e profundamente desinteressante, de capa mole e leitura dura. Com ampla cobertura da mídia especializada em literatura, de parentes que precisavam de dinheiro e daqueles que foram lá para trabalhar, o evento despertou a atenção de inúmeros jornalistas sarcásticos em busca da bizarrice perfeita, além de um setorista de fisiculturismo profissional, que apenas se perdeu mesmo. A seriedade da publicação, concretizada pelo selo do evento, em uma cobertura assaz chapa-branca, demove qualquer encantamento deste manuscrito. Não ajudou o fato de o mestre de cerimônia ser o sósia do Gabigol, nem a falácia de um dos organizadores – sutilmente apelidado de “Sigmund Fraude” – de que a publicação teria patrocínio do Google. Passarela Cabocla - O RoteiroBang-bang, 80 p. Sinopse: em um colégio de Ensino Médio de uma região periférica de Curitiba, jovens violeiros disputam espaço com jovens sem violão. A passarela do colégio, que liga o Bloco A ao Bloco B, torna-se o epicentro de um drama sangrento que une (na verdade, afasta) uma dúzia de estudantes tocando Legião Urbana sem parar (em 2022…) e adolescentes cansados, já dispostos a adentrar o mundo da criminalidade pelo fim do martírio auditivo. A obra, com direitos autorais previamente descartados por todos os serviços de streaming existentes, está embargada na Justiça por conta da investigação de um assassinato motivado pela performance acústica de ‘Ana Julia’. César Late!: o Cão-PesquisadorInfantojuvenil, 60 p. Sinopse: da união de um bolsista CAPES com o ilustrador Zirolho saiu uma das ideias mais cretinas e ultrajantes da história da literatura ocidental — à frente de KamaSupla, a versão audiolivro odiosa e porn-sustentável do clássico indiano, com sotaque da família Matarazzo. Mesmo com apelo pedagógico (ou talvez por isso) e direcionado ao público de 11 a 14 anos, César Late! consegue a proeza de irritar jovens, pesquisadores e lideranças da causa animal, o que até seria um mérito se o leitor se destituísse de seriedade, mas se mostra um tremendo fracasso quando o assunto é entretenimento mínimo. Ao longo de 60 páginas de puro tédio e literatura de caixotinho, nos deparamos com um pinscher alucinado farejando artigos para enriquecer o currículo e ensinando jovens a pensar fora da caixa (nas normas da ABNT). Na página 37 – que o editor Luiz Schweinsteiger considera o momento mais detestável de sua vida depois de ser agredido na FLIP –, o pinscher-protagonista se torna bípede e começa a recitar uma passagem do divertido O Guarani, de José de Alencar, relembrando a encantadora obra que o futuro vestibulando poderá ser obrigado a ler. O original conseguiu a duvidosa façanha de ser reprovado pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que, em uma manifestação pioneira, respondeu ao requerimento latindo. © 2025 Jornal RelevO |
Oito Meses!
🤔 Oito meses! Nesses oito meses Houve muita emoção Te amo oito vezes Rainha do meu coração. Descobrimos um ao outro Tanta e...
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V amos "matear" à distância. I mpedidos do convívio social, N osso "mate virtual" T em a mesma importância, ...
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SER POETA E SER PAI Ser poeta é transmitir sentimento Em meio a tanta agitação É penetrar dentro da alma E acelerar o coração. ...
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