Ser brasileiro é sobretudo ser criativo! José Eugênio Soares - Jô Soares - era um exemplo de como somos capazes de transformar o pranto em riso. Convenhamos que rir é melhor que chorar. Em assim sendo, todos os caminhos do mundo convergem para o Brasil. Conheci Jô nos anos 80, no "Viva o Gordo'', um programa onde centenas de personagens caricatos desfilavam pela telinha. Hoje, esse título seria alvo de críticas.
Fátima Fabiana
Havia um personagem que eu amava sobremaneira. Era o Zé da Galera, que falava em um telefone público (o "orelhão''). Qual a criança ou adolescente de minha época não era fascinada por um orelhão?! Lá, o Zé da Galera expressava ao técnico da Seleção Brasileira de futebol - Tele Santana - o que o povão pensava.
Eu amava assistir ao programa todas as segunda-feiras. Não compreendia a dubiedade das piadas e tudo era entretenimento.
Em minha vida adulta, encantei-me com "Xangô de Baker Street", comédia policial com uma descrição ímpar do Segundo Reinado, uma viagem deliciosa e totalmente surreal. Nem Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes) teria escrito melhor. Elementar, meu caro Jô! Nessa vida tudo é tão efêmero e existe uma tal obsolescência, que até o melhor que temos esquecemos. E assim, Jô Soares sai da vida terrena e passa a fazer parte da história deste desmemoriado e tão amado Brasil.
Foto da internet
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