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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Além dos véus da normalidade!!!

Além dos véus da normalidade!!!

            Para a poetisa Clarisse da Costa

 Deparei-me com secos arbustos

 E verdes galhos de árvores

No meio de uma estrada deserta

 Então é precisa ter cuidados

Com o que vem por aí

***

Criei coragem e li e reli

Os antigos e infantos estribilhos meus

Que republiquei recentemente

***

E o mundo está mais escuro,

 Sem o brilho da lua cheia

 Sem os raios do astro rei  

Digo que é apenas a escuridão

De um céu sem estrelas

Os ventos solares que não sopram  

As ondas não quebram na orla oceânica

E a poetisa ebúrnea me abandonou

Para nunca mais voltar

***

Olho para trás e veja

Que o tempo não é mais nada

Do que uma mera ilusão

E os nossos sonhos

Não correspondem ao momento presente

E eventualmente os nossos pés descalços

 Tocaram no chão hirto e frio

***

Eu o negro e periférico

O cidadão do novo mundo

Gostaria de citar elementos

 Da cultura africana nos meus textos  

São mulheres de ébano

 Da aldeia Nyiominka Serer

Lindas a praticar uma dança tradicional

***

Na minha obsolescência programada

Disse o meu programador acidental

Como é lindo o vosso trabalho

Adoro o teu conteúdo artístico flácido

 E há muito ultrapassado

Adoraria poder colaborar

Com o seu deslumbrante fim

Sussurrou ele ao meu ouvido

***

Eu queria conhece a Nigéria

Ver as mulheres da nobreza Peule

Ornadas com os seus maviosos

Brincos de ouro

E carnudos lábios tatuados

***

Como é deveras sedutor

Imaginar a criatividade serena  

Em ação a consagra a imaginação

A produzir ideias originais

E criar algo realmente

E inventivamente novo  

***

Surreal

 Contaram-me que os meus designers internos

 Trabalham sem parar

 Com uma perspectiva hipersurreal

Querem conquistar o inóspito ciberespaço

O universo afrofuturista das belas-letras

***

 Tolas criaturas

Vou chamar um carro de aplicativo

Adentra-lo corajosamente

Ver-me dobra a esquina

E desaparecer por completo

 

Fragmento do livro: Astro-domo, texto de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.

Arte digital de Clarisse da Costa, designer gráfico, novelista, contista e cronista em Biguaçu, Santa Catarina.

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