Dueto: Deixe-me ser tua
Ressurgi na minha escuridão
Sempre mudo... Sempre calado...
Olha-me apenas, como fosse a tua amiga,
Quando na verdade no meu pensamento
Estamos em pecado,
Loucura misturada com insanidade!
Nunca se entrega às minhas súplicas,
Intimida-me com palavras sem nexo,
Será que existe reciprocidade?
***
Cortejo-te com cósmicas palavras
Aéreas... Etéreas... Estéreas
Tomado por um insano desejo
Quero que sejas minha
Em flóreos tons outonais
No alvor rubro ao fim do dia
***
Tomada por um desejo,
Sou eu querendo provar
Dos teus cálidos beijos
E saciar todos os teus pecados,
Ser a tua mulher, amante, toda tua.
***
Menina mulher airosa
Em venal oculto celibato
Divinal flor embalada
Aos sons de finos cristais quebrados
Aos sabores liriais de oásis imagético
Auréola encantada
De todas as minhas quimeras
Mais brumosas
De os profanos odes
De todos os trovadores irreais
Em eviternas dores atrozes
Musselina postados na imensidão cósmica
***
Há tempos te almejo,
Será que não mereço ser
A tua joia rara, tua eterna namorada,
Ser a tua musa!?
***
Que a realidade fluida
Que a pós-modernidade liquefeita
Caia sobre nós dois infelizes
Míticos degredados no deserto do real
Místicos quiméricos amantes surreais
Quedos a vagar na quintessência
Das belas-letras mortas
***
Deixe-me embriagar a tua vida de amor,
Sem controle, sem medidas, sem pudores,
Deixe-me ser toda tua, incógnita doçura...!
Fragmento do livro: Duas lágrimas, duas vidas e dois sorrisos. Texto e argumento de Fabiane Braga Lima, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.
Texto e revisão de Samuel da Costa, novelista, poeta e contista em Itajaí, Santa Catarina.
Artes digitais de Clarisse Costa, designer gráfico e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.
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