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quarta-feira, 25 de junho de 2025

Dueto: Deixe-me ser tua

Dueto: Deixe-me ser tua

 

Ressurgi na minha escuridão

Sempre mudo... Sempre calado...

Olha-me apenas, como fosse a tua amiga,

Quando na verdade no meu pensamento

Estamos em pecado,

Loucura misturada com insanidade!

Nunca se entrega às minhas súplicas,

Intimida-me com palavras sem nexo,

Será que existe reciprocidade?

***

Cortejo-te com cósmicas palavras

Aéreas... Etéreas...  Estéreas  

Tomado por um insano desejo

Quero que sejas minha

Em flóreos tons outonais

No alvor rubro ao fim do dia

***

Tomada por um desejo,

Sou eu querendo provar

Dos teus cálidos beijos

E saciar todos os teus pecados,

Ser a tua mulher, amante, toda tua.

***

Menina mulher airosa

Em venal oculto celibato

Divinal flor embalada

Aos sons de finos cristais quebrados

 Aos sabores liriais de oásis imagético

Auréola encantada

De todas as minhas quimeras

Mais brumosas

 De os profanos odes

De todos os trovadores irreais

Em eviternas dores atrozes

Musselina postados na imensidão cósmica  

***

Há tempos te almejo,

Será que não mereço ser

A tua joia rara, tua eterna namorada,

Ser a tua musa!?

***

Que a realidade fluida

Que a pós-modernidade liquefeita 

Caia sobre nós dois infelizes

Míticos degredados no deserto do real

Místicos quiméricos amantes surreais

Quedos a vagar na quintessência

Das belas-letras mortas

***

Deixe-me embriagar a tua vida de amor,

Sem controle, sem medidas, sem pudores,

Deixe-me ser toda tua, incógnita doçura...!

 

Fragmento do livro: Duas lágrimas, duas vidas e dois sorrisosTexto e argumento de Fabiane Braga Lima, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.

Texto e revisão de Samuel da Costa, novelista, poeta e contista em Itajaí, Santa Catarina. 

Artes digitais de Clarisse Costa, designer gráfico e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.

 


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