O brilho do olhar já dizia que te sacava as verdades
Encostada no alpendre, observava a vida
Sentia as velhas feridas , sangrar copiosamente
Não doia...
Aquele olhar tinha o brilho das marcas deixadas no tempo
O relógio comandava as batidas em silêncio..Como a dizer
Vá com calma..Podes te surpreender de repente
Lá estava ..Seus momentos
A desfilar na retina..Adoce e velha menina
Que aprendeu sabiamente que toda boa semente
Deve estar guardada no velho casulo ..Da mente
Vou arejar..Sacudir o pó
Entrar um novo arejar..Quem sabe assim posso ver
Um novo tapizar?
É... Como guardamos lembranças..
Matamos a velha esperança dizendo que é para esperar
Quando olhamos e vemos...Que o que fizemos conosco
Foi simplesmente matar. Matar os sonhos sonhados
Apenas por não lutar!
Marilene Alagia
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