parte I
("Encontro")
Tens nas palmas de tuas mãos
O meu livro da vida.
Tenho nas linhas minhas
As tuas páginas escritas.
Nossos olhares se encontraram
Quando vimos o Sol.
Nossas mãos se entrelaçaram
Como folhas de um livro só.
Desde então, tudo estava definido:
A minha vida e o teu destino.
Seguimos assim pelo horizonte sem fim
Para que nunca mais me deixe!
E quando ouvi: me beije!
De tua voz, essa canção,
Soube então,
Das coisas de amar não há 'que explicar!
Apenas que seja o deixar
O de ser alegremente!
Para que alivies o teu fardo
Que era coisa tão dorida,
Que pensavas ser a vida:
O de sofrer e ser só.
-Capaz é mesmo o Amor-
De desfazer os nós!
Desde aquele dia – marcado
Seguimos lado a lado,
Redesenhando outras linhas
Que somente eu sabia
Que poderia desenhar
Nas palmas de tuas mãos!
parte II
("Alma")
Quisera fosse tudo neste mundo
Eterno e não perecedor.
Mesmo o que seja belo
Despétala-se como a flor!
Quando os meus pés não mais pisarem
Este árido e rochoso chão
Inda existirá algum consolo.
Eterno mesmo, as coisas d'alma são.
Terei o Amor semeado como semente
Dentro de toda gente,
Pois, não há terras melhores e mais férteis
Das que se leva no peito, estas são!
Fui concebido em corpo. Alma? Sempre fui
Em meu nome e em meu Ser.
Somente quem possuía certas linhas
Saberia e me soube reconhecer.
Por que aquele dia já estava fadado.
Nada se deve ao acaso,
Quando há o encontro entre duas almas
Em um mesmo viver!
Não se zangue, meu ser amado,
Se hei de partir em algum dia.
Vejas bem, em tuas linhas,
Para tua pergunta está a resposta:
"Finitas parecem como parece ser a Vida,
Mas, são tão eternas quanto longínquas
E ambas nos levam para o Céu."
Mesmo que queira um consolo meu,
Tudo deixei escrito
Nas palmas de tuas mãos!
Direitos reservados na lei 9610/98
Imagem: Leonir Garcia artista plástico/poeta page
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