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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

CONTO DE UM VELHO PAISANO


I. 
Há quem ache que vida de campo
É só encanto e desconhece esta sina.
Ensina muito bem a terra quem dela
Faça depender toda a sua vida.

Ela te dá e também te tira.
A ira? Não só dos Céus vem.
P'ra quem não fala co'a natureza com certeza
Há de padecer muito sobr'este chão.

II. 
Traigo no rosto marcas que são caminhos
Destinos que com o tempo percorri.
Se vi - nessas agruras tantas amarguras
Foi este livro que me coube e onde aprendi.

Como tantos sob o julgo de ser peão, nasci
E perdi - das mãos envelhecidas e calejadas,
As apagadas linhas da vida que um dia
Alguma cigana era capaz de se ler!

III. 
Mas levo n'alma preservada o elo de ancestrais
Memórias tais que tempo nenhum devora, inda que queira.
À beira está o homem, filho do tempo que o vento
O desfaz, feito redemoinho quando ergue poeira.

Meus limites sempre estiveram além da porteira.
Tropeia assim muitas vezes o índio as andanças
E se lança, solto às reglas ou a lei, eu sei!
À vida livre solta dos campos!

Aos meus passos esses rumos serão dados
E certo estarei!

Leonir Garcia

(*poesia de inspiração no versar gauchesco)
Direitos reservados na lei 9610/98

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