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quarta-feira, 25 de maio de 2022

A POESIA DA VIOLÊNCIA



Não precisaríamos do BOPE,
Se houvesse mais poesia,
Educação desse mais ibope
Do que a violência vazia.
Cristo Redentor sentando
o dedo na Guanabara!
Pão de açucar olhando
A saraivada de bala!
A vida real não respeita
A poesia, nem a vida
De quem apenas espreita
Levando a bala perdida.
Que poesia há na farda
negra do Bope que mata?
Nas caveiras dos fuzis?
Tanta gente fica feliz
Com a morte iminente
Esquecem da luta social;
Que poesia há na bala?
Que coloca ponto final,
No verso do inocente?
É o século vinte um,
Onde tudo é comum,
Pessoas sendo mortas,
BRT caindo a porta,
Metro e trem quebrado,
Povo sendo violentado.
Tiroteio fechando avenida,
Morrendo de bala perdida,
Politico explorando o pavor,
Se alimentando da guerra,
Quer o que for a seu favor,
E o povo cheio de revolta,
Aplaude sangue na terra,
Como se fosse a solução,
É um caminho sem volta.
Sabe que ser favelado é cruel?
Lá todo dia vai um pro céu,
Fruto da violência, descaso ou fome
E quem é responsável? Some!
Nas comunidades do Rio,
Tem milícia e pandemia,
Tráfico, miséria, ordinário,
Tem também gente de brio,
Gente querendo solução,
Para preconceito e violência.
O bom senso morreu,
Enquanto a milícia invade,
E os pobres aplaudem,
Como solução para a brutalidade,
Que domina a comunidade.


Edilson Barros

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