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domingo, 15 de agosto de 2021

NAS PALMAS DE TUAS MÃOS


parte I
("Encontro")

Tens nas palmas de tuas mãos
O meu livro da vida.

Tenho nas linhas minhas
As tuas páginas escritas.

Nossos olhares se encontraram
Quando vimos o Sol.

Nossas mãos se entrelaçaram
Como folhas de um livro só.

Desde então, tudo estava definido:
A minha vida e o teu destino.

Seguimos assim pelo horizonte sem fim
Para que nunca mais me deixe!

E quando ouvi: me beije!
De tua voz, essa canção,

Soube então,
Das coisas de amar não há 'que explicar!

Apenas que seja o deixar
O de ser alegremente!

Para que alivies o teu fardo
Que era coisa tão dorida,

Que pensavas ser a vida:
O de sofrer e ser só.

-Capaz é mesmo o Amor-
De desfazer os nós!

Desde aquele dia – marcado
Seguimos lado a lado,
 
Redesenhando outras linhas
Que somente eu sabia

Que poderia desenhar
Nas palmas de tuas mãos!

parte II
("Alma")

Quisera fosse tudo neste mundo
Eterno e não perecedor.

Mesmo o que seja belo
Despétala-se como a flor!

Quando os meus pés não mais pisarem
Este árido e rochoso chão

Inda existirá algum consolo.
Eterno mesmo, as coisas d'alma são.

Terei o Amor semeado como semente
Dentro de toda gente,

Pois, não há terras melhores e mais férteis
Das que se leva no peito, estas são!

Fui concebido em corpo. Alma? Sempre fui
Em meu nome e em meu Ser.

Somente quem possuía certas linhas
Saberia e me soube reconhecer.

Por que aquele dia já estava fadado.
Nada se deve ao acaso,

Quando há o encontro entre duas almas
Em um mesmo viver!

Não se zangue, meu ser amado,
Se hei de partir em algum dia.

Vejas bem, em tuas linhas,
Para tua pergunta está a resposta:

"Finitas parecem como parece ser a Vida,
Mas, são tão eternas quanto longínquas

E ambas nos levam para o Céu."
Mesmo que queira um consolo meu,

Tudo deixei escrito
Nas palmas de tuas mãos!

Direitos reservados na lei 9610/98
Imagem: Leonir Garcia artista plástico/poeta page

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